Tela de Maria do Carmo da Hora |
Pomba Gira Maria Mulambo
Apresenta-se quase sempre muito bela, feminina, amável, deslumbrante, sedutora.
Ela gosta das bebidas suaves como: Vinhos doces, licores, cidra, champanhe, anis, etc.
Maria Mulambo gosta também: cigarros e cigarrilhas de boa qualidade, assim como também lhe atrai o luxo, o brilho e o destaque. Usa sempre muitos colares, anéis, brincos, pulseiras, etc.
Conta-se que a história que essa Pomba gira nasceu em berço de ouro, cercada de luxo.
Seus pai e mãe não eram Reis, mas faziam parte da corte no pequeno reinado.
Maria Mulambo cresceu sempre bonita e delicada.
Com seus trejeitos, sempre foi chamada de princesinha, mas não era. Maria Mulambo aos seus 15 anos, foi pedida em casamento pelo rei, para casar-se com seu filho de 40 anos.
Foi um casamento sem amor, apenas para que as famílias se unissem e a fortuna aumentasse.
Os anos se passavam e Maria Mulambo não engravidava. O reino precisava de um outro sucessor ao trono.
Maria amargava a dor, além de manter um casamento sem amor, ser chamada de árvore que não dá frutos; e nesta época, toda mulher que não tinha filhos era tida como amaldiçoada.
Parcialmente a isso tudo, a nossa Maria Mulambo era uma mulher que praticava a caridade, indo ela mesma aos povoados pobres do reino, ajudar aos doentes e mais necessitados.
Nessas suas idas aos locais mais pobres, conheceu um jovem, apenas dois anos mais velho que ela, que havia ficado viúvo e tinha três filhos pequenos, dos quais cuidava como todo amor.
Foi amor à primeira vista, de ambas as partes, só que nenhum dos dois tinha coragem de aceitar esse amor.
O rei morreu, o príncipe foi coroado e Maria Mulambo declarada rainha daquele pequeno país.
Todo o povo adorava Maria Mulambo, mas alguns a viam com olhar de inveja e criticavam por não poder engravidar.
No dia da coroação os pobres súditos não tinham o que oferecer a Maria Mulambo, que era tão bondosa com eles.
Então fizeram um tapete de flores para que Maria passasse por cima.
A nossa Maria se emocionou; seu marido, o rei, morreu de inveja e ao chegar ao castelo trancou Maria no quarto e deu-lhe a primeira das inúmeras surras que ele lhe aplicaria.
Bastava ele beber um pouquinho e Maria Mulambo sofria com suas agressões verbais, tapas, socos e pontapés.
Mesmo machucada, ela não parou de ir aos povoados pobres praticar a caridade.
Num destes dias, o amado de Maria, ao vê-la com tantas marcas, resolveu declarar seu amor e propôs que fugissem, para viverem realmente seu grande amor. Combinaram tudo.
Os pais do rapaz tomariam conta de seus filhos até que a situação se acalmasse e ele pudesse reconstruir a família.
Maria fugiu com seu amor apenas com a roupa do corpo, deixando ouro e jóias para trás.
O rei no princípio mandou procurá-la, mas, como não a encontrou, desistiu.
Maria Mulambo agora não se vestia com luxo e riquezas,agora vestia roupas humildes que, de tão surradas, pareciam mulambos; só que ela era feliz, e engravidou.
A notícia correu todo país e chegou aos ouvidos do rei.
O rei se desesperou em saber que ele é que era uma árvore que não dá frutos.
A loucura tomou conta dele ao saber que era estéril e, como rei, ele achava que isso não podia acontecer.
Ele tinha que limpar seu nome e sua honra.
Mandou seus guardas prenderem Maria, que de rainha passou a ser chamada de Maria Mulambo, não como deboche mas, sim, pelo fato de ela agora pertencer ao povo.
Ordenou aos guardas que amarrassem duas pedras aos pés de Maria e que a jogassem na parte mais funda do rio.
O povo não soube, somente os guardas; só que 7 dias após esse crime, às margens do rio, no local onde Maria foi morta, começaram a nascer flores que nunca ali haviam nascido, os peixes do rio somente eram pescados naquele local, onde só faltavam pular fora d’água.
Seu amado desconfiou e mergulhou no rio, procurando o corpo de Maria Mulambo; e o encontrou.
Mesmo depois de estar tantos dias mergulhado na água, o corpo estava intacto; parecia que ia voltar à vida,os mulambos com que Maria Mulambo foi jogada ao rio sumiram.
Sua roupa era de rainha, Jóias cobriam seu corpo.
Velaram seu corpo inerte e, como era de costume, fizeram uma cerimonia digna de uma rainha e cremaram seu corpo.
O rei enlouqueceu.
Seu amado nunca mais se casou,cultuando-a por toda a vida, à espera de poder encontrá-la de novo.
À espera de poder reencontrar sua Maria.
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